Thursday, April 09, 2009



A FESTA DA PÁSCOA.


Quando eu era garoto, sortudo por ser filho da Dona Arlete Botelho, uma quituteira/doceira sem igual, a Páscoa era uma festa doce. Nesta época, mamãe caprichava mais ainda, elaborando as suas criações do tipo delicias puras que incluíam brigadeiros, ovos de chocolate,docinhos enrolados, bolo xadrez,bolo de chocolate, maracujá, laranja e o indispensável pudim de leite que eu simplesmente venero até os dias atuais.

Já maior, admitido na mesa dos adultos, a festa era claramente salgada. Os doces aconteciam ao final na forma de bolos ou tortas. E os meus queridos ovos de chocolates ficavam no esquecimento. Crescer traz muitas mudanças.

Hoje, a Páscoa, me leva direto a preocupação em harmonizar, o mais correto possível, peixes e vinhos, na maioria das vezes. Ou vinhos e carnes, principalmente presuntos. Mas e os chocolates foram mesmo esquecidos? Afinal, como é que eles entraram nesta festa?
Meus levantamentos na internet me ensinam que a Páscoa é uma festa religiosa de origens pagãs. A cristã celebra a ressurreição de Jesus. A palavra deriva de Pessach, a Páscoa Judaica, e festeja a fuga dos judeus da escravidão no Egito, há uns 3.500 anos.

Em hebraico, Pessach significa "passagem": o anjo "passava" sobre as casas dos judeus devidamente sinalizadas, evitava-as, poupando os primogênitos que nelas habitavam, mas levando os primogênitos egípcios. Depois dessa praga, o faraó egípcio permitiu a partida dos judeus cativos para a terra prometida.
Os espanhóis chamam essa festa de Pascua, os italianos de Pasqua, os franceses de Pâques. Na maioria das línguas a origem é a mesma. Do hebraico Pessach, pelo grego Páscha e dele pelo latim Pascha. Em inglês o nome é Easter, completamente divorciado das raízes hebraicas, gregas ou latinas.
Se o Pessach lembra o feito de Moisés, a festa do Purim celebra a valentia de Esther. Ambas as festas celebram a sobrevivência, a luta pela vida.
Bem mais tarde, aparece Eostra, a deusa da fertilidade dos celtas, cujos símbolos eram o ovo e o coelho.

O ovo indicava a promessa de vida e o coelho a fertilidade. O culto a Eostra foi adaptado quando alemães e anglo-saxões se converteram ao cristianismo. É por isso que, ao contrário de outras culturas européias, os ingleses e alemães dão o nome dessa deusa à maior data cristã. Eostra virou Easter em inglês e Ostern em alemão.
Assim, ovos naturais coloridos eram presenteados. E, a partir do século 18, foram disseminados por todo o mundo, mas feitos de chocolate. A sobrevivência ficou bem mais doce.


Feliz Páscoa à todos com todo meu carinho.

1 comment:

Eva Miranda said...

Feliz páscoa pra você, com vinho e chocolate e Jazz!