Thursday, March 30, 2006

Editorial – Apresentado no Amazonsat dia 29.03.2006 – Introdução de Novos Vôos.


O ISOLAMENTO HISTÓRICO EM RELAÇÃO A OUTRAS PARTES DO BRASIL AO QUAL MANAUS TEM ESTADO SUBMETIDA AO LONGO DOS ANOS TEM TRAZIDO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DO AMAZONAS PREJUIZOS E ATRAZOS QUE POUCOS PERCEBEM E QUE SÃO DIFICIES DE CALCULAR////
O GRANDE PASSO PARA A QUEBRA DESTE ISOLAMENTO TÃO PREJUDICIAL, FOI DADO ATRAVES DA CONSTRUÇÃO DA ESTRADA QUE LIGAVA MANAUS A CIDADE DE PORTO VELHO EM RONDONIA, HOJE ABANDONADA E CHEIA DE PROMESSAS POLITICAS PARA SUA TOTAL RECUPERAÇÃO/// A INATIVIDADE E ABANDONO DA ESTRADA SÃO MOTIVOS DE ALEGRIA PARA OS CIENTISTAS QUE ALEGAM QUE COM A RECUPERAÇÃO DA RODOVIA DIFICILMENTE, DEVIDO AS ONDAS MIGRATÓRIAS QUE SERÃO NOVAMENTE CRIADAS, A DEVASTAÇÃO PREDADÓRIA EM ALTO INDICE DA MAIOR E MAIS BEM CONSERVADA AREA VEGETAL LOCALIZADA DENTRO DO TERRITORIO DO ESTADO DO ESTADO DO AMAMZONAS PODERÁ SER EVITADA////.
POR OUTRO LADO NÃO RESTA DUVIDA QUE AS TRÊS ESTRADAS QUE NOS LIGAM A VENEZUELA E AO CARIBE ATRAVES DE RORAIMA, A ITACOATIARA E MANACAPURU, ATENUARAM UM POUCO A SITUAÇÃO QUE MESMO ASSIM CONTINUA COMPLICADA////.
NESTA TERÇA FEIRA, O LANÇAMENTO DOS VÔOS DE UMA COMPANHIA CEARENSE DE AVIAÇÃO NO TRECHO MANAUS/BELEM/SÃO LUIZ E FORTALEZA, COM CERTEZA SE REVESTE DA MAIS ALTA IMPORTANCIA TANTO PARA A ECONOMIA DO ESTADO QUANTO PARA O SETOR DE TURISMO QUE SE RESENTE DE MAIORES OPÇÕES PARA QUE OS TURISTAS CHEGUEM ATÉ MANAUS VINDOS SEJA DO NORDESTE OU DO SUL DO PAIS E PASSA A TER AUMENTADA A OFERTA DE OPÇÕES PARA QUE OS RESIDENTES EM MANAUS CHEGUEM MAIS RAPIDAMENTE A OUTRAS CIDADES BRASILEIRAS///
MANAUS TEM SIDO EXCLUIDA DOS ROTEIROS TURISTICOS IMPORTANTES QUE SÃO DIVULGADOS EM TODO MUNDO JUSTAMENTE PELA FALTA DE OPÇÕES DE CHEGADAS// NO MÊS PASSADO DURANTE O CONGRESSO DA FITUR NA ESPANHA, NA LISTA DIVULGADA COM OS NOMES DOS DESTINOS MAIS VISITADOS NO BRASIL POR TURISTAS ESTRANGEIROS, MANAUS NÃO CONSTAVA, EMBORA SEJA A BASE PARA UM DOS POLOS INDUSTRIAS MAIS IMPOSTANTES DO MUNDO E ESTEJA LOCALIZADA NO MEIO DA MAIS EXUBERANTE FLORESTA TROPICAL DO PLANETA.///
ACONTECIMENTOS DE INTRODUÇÃO DE NOVOS VÔOS QUE LIGAM A AMAZONIA AO RESTO DO PAIS, SEM DUVIDA ALGUMA DEVEM SER FESTEJADOS E APOIADOS POR TODOS OS SETORES DA SOCIEDADE//
QUE OUTRAS COMPANHIAS AEREAS SIGAM O EXEMPLO DA EMPRESA CEARENSE/// POIS, AQUI ELAS SERÃO SEMPRE MUITO BEM-VINDAS///

Friday, March 24, 2006




Enquanto o Ministro Nelson Jobim discursava, eu não perdia o microfone "mico" de vista.














Durante a cerimônia de entrega da Medalha "Mérito Amazonas", tentei em vão liberar o microfone para o Ministro Nelson Jobim...o Governador Eduardo Braga percebeu minha dificuldade e veio em meu auxilio. Teatro Amazonas, Dezembro 2005.

Thursday, March 23, 2006

Editorial – Dia Mundial para Eliminação da Discriminação Racial – Amazonsat 22.03.2006


Ontem em todo mundo celebrou-se o dia Mundial para Eliminação da Discriminação Racial////. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória a um grande massacre de negros ocorrido na África do Sul em 1960////.
Em Manaus foi louvável a iniciativa do Jornal Diário do Amazonas que estampou a primeira página toda em preto e branco como mediada de conscientização, sugerindo ser este dia uma ocasião ideal para os leitores deixarem de enxergar as cores////.
O pioneiro Movimento Orgulho Negro, fundado pelo advogado amazonense Nestor Nascimento, segundo o atual vice-presidente, “não preparou nenhuma atividade especial em comemoração à data porque está com suas atividades temporariamente paralisadas”.
É lamentável esta pisada de bola do Movimento Orgulho Negro marco importante no Amazonas da luta contra todos os tipos de discriminação, ao ficar de braços cruzados no dia mais importante da luta contra o preconceito racial, enquanto fatos reprováveis vêm ocorrendo na Europa tendo como alvo da torcida jogadores brasileiros de futebol e também aqui, nos sagrados quadriláteros entre os próprios jogadores, onde membros da realeza negra futebolística como Pelé, Didi, Jairzinho, Paulo Cezar Caju e tantos outros que deram alegrias e orgulho ao povo brasileiro ao mesmo tempo que dignificavam a imagem do Brasil lá fora como a nação do futebol////.
Por muito anos apregoou-se pelos quatro cantos da terra que o Brasil era uma nação exemplo de democracia e integração racial. Segundo a propaganda oficial, aqui as pessoas não levavam em conta as diferenças raciais ou étnicas e o que preponderava era a perfeita integração entre brancos, negros, pardos, amarelos e índios.
Bem, esse era o retrato de interesses que visava dar ao Brasil uma imagem “perfeita” de seu povo. Tudo era reforçada por cenas do povo nas praias, nos estádios, nos desfiles de escola de samba, nas procissões e eram exibidas exaustivamente mundo afora, para embasar a pseudo-realidade de que no Brasil era todo mundo igual, independente das diferenças raciais, sociais e étnicas////.
Sabe aquela história de que na teoria é uma coisa e na prática é outra? Pois é. Um dia a máscara caiu e hoje o que se vê neste pais é a necessidade cada vez mais premente da conscientização do povo acerca de seus direitos constitucionais e a união de forças para o combate incessante contra a discriminação, seja ela qual for,venha de onde vier///.
Na Amazônia temos ainda uma outra realidade que nos diferencia de outras partes do Brasil e que precisa ser encarada com muita seriedade e persistência por parte de todos: A causa indígena//// Vale lembrar que aqui se concentra a maior população indígena do país e como aconteceu recentemente, os índios continuam a ser alvo de discriminação social e a levantar suas armas contra a usurpação de seus direitos constitucionais e a invasão de suas terras///
Vamos então persistir juntos, transformando o negativo em positivo, fortalecendo os mais fracos e exaltando os justos sem descanso, pois a bem da verdade, perante o nosso Criador somos todos iguais e o que vale mesmo são o respeito ao próximo e as nossas boas ações//////.
.
EDITORIAL SILVINITA – Apresentado pelo Amazonsat dia 15.05.2006



A POPULAÇÃO DO MUNICIPIO AMAZONENSE DE NOVA OLINDA DO NORTE, SITUADO A 150 KILOMETROS DE DISTANCIA DE MANAUS TEM MOTIVOS DE SOBRA PARA ESTAR EUFÓRICA COM O FUTURO PROMISSOR QUE COMEÇA A SE DESENHAR A PARTIR DA PUBLICAÇÃO AINDA NESTE SEMESTRE DO EDITAL DA PETROBRAS PARA EXPLORAÇÃO DE SILVINITA NO MUNICIPIO.////
EM ENTREVISTA NO AMAZON SAT O PREFEITO ADEMILSON REIS DISSE QUE OBEDECIDOS OS PRAZOS ESTABELECIDOS A EXPLORAÇÃO DEVE COMEÇAR ENTRE 2008 E 2010 E QUE A GERENCIA DE NEGÓCIOS DA PETROBRAS AFIRMOU QUE O PROCESSO A ESTA ALTURA DOS ACONTECIMENTOS É IRREVERSÍVEL//
O MINERAL SILVINITA CONTÉM O COMPONENTE “CLORETO DE POTÁSSIO” QUE É UTILIZADO LARGAMENTE NA PRODUÇÃO DE FERTILIZANTES AGRÍCOLAS CUJA PRODUÇÃO MUNDIAL E EXPORTAÇÃO, TEM A LIDERANÇA DO CANADÁ COM O MONOPÓLIO INTEGRAL DE 59% DO MERCADO INTERNACIONAL///
O BRASIL PRODUZ APENAS 12% DO CLORETO DE POTÁSSIO QUE É CONSUMIDO NACIONALMENTE/// SOMOS OBRIGADOS A IMPORTAR UM BILHÃO DE DÓLARES AMERICANOS EM FERTILIZANTES AGRICOLAS POR ANO////
O DETALHE IMPORTANTE É QUE O POTENCIAL MAPEADO DA MINA DE SILVINITA DE NOVA OLINDA DO NORTE É DE UM MILHÃO DE TONELADAS QUE IRÁ GARANTIR EXPLORAÇÃO POR UM PERIODO DE CEM A CENTO E CINQUENTA ANOS, SEGUNDO O SUPERINTENDENTE REGIONAL DA COMPANHIA DE PESQUISAS DE RECURSOS MINERAIS DANIEL NAVA///// DA NOITE PRO DIA O BRASIL VAI PASSAR DE IMPORTADOR PARA EXPORTADOR DE CLORETO DE POTÁSSIO///
HOJE A SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO DE NOVA OLINDA NÃO É MUITO BOA/// 30% DA POPULAÇÃO ESTÁ DESEMPREGADA MAS, ISTO PODE MUDAR SE COM SERIEDADE O PODER PUBLICO MUNICIPAL APLICAR OS ALTOS ROYALTIES QUE SERÃO RECOLHIDOS EM EDUCAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO URBANO//
O INICIO DA EXPLORAÇÃO DE SILVINITA NO AMAZONAS POR SUA IMPORTANCIA SOCIO-ECONOMICA DEVE SER PRIORITÁRIO PARA TODOS NÓS, POIS SEM DUVIDA ALGUMA SERÁ UM GRANDE ACONTECIMENTO PARA O AMAZONAS E PARA O BRASIL//



Uma das pessoas mais simpáticas que tive como "partner" de trabalho, Cissa Guimarães.
Premiação Icatu/Hartford HTM Manaus, Março 2006

Saturday, March 18, 2006

VINHO, O MELHOR AMIGO DO HOMEM: O JAZZ ENGARRAFADO


Vinícius de Moraes, o nosso eterno poetinha, declarou certa vez que o whisky é o melhor amigo do homem, o cachorro engarrafado.
Não tomo whisky, mas sou amante de vinhos e, movido pelo meu sentimento de sibarita declaro que existe um outro grande amigo do homem : o jazz engarrafado.
Quando se degusta um Carmènére Barrica Selection 2002 ouvindo Louis Armstrong e Ella Fitzgerald cantando "That Old Feeling", Oscar Peterson solando ao piano "Nighttime" na Salle Playel com Niels Osted Pederson no baixo acústico, Peggy Lee cantando "I don`t know enough about you" como leadsinger da banda do clarinetista Benny Goodman ou Billie Holiday com a voz mais rouca de tanta emoção ao cantar "I Love my Man", a inspiração de quem sorve, de quem ouve, cria um estado de espírito que se eleva e permanece como o vôo da gaivota sentada no colo do vento. Mas, nada disso seria possivel senão através do resultado direto de muita técnica e pendores lapidados pelo tempo, pela paciência e preparação que só tem significado se absorvidos no coletivo. O vinho pelo corpo, o jazz pelo espírito.
Por esta razão creio ser o vinho o melhor amigo do homem, o jazz engarrafado em milhões de garrafas diferentes umas das outras, caracterizadas por regiões, terroirs, aromas, sabores, safras e temperaturas e, de forma imprescindível na ponta da linha, pela avaliação personalizada do apreciador.
Finalmente vale lembrar que em jazz, a mesma música é lida de várias formas, dependendo da inspiração e da capacidade de improviso dos músicos, dos cantores. O igual não existe. Como ontem, hoje e amanhã, haverá sempre uma diferença.

Tuesday, March 14, 2006

Existem dois tipos de cds de Jazz - aqueles que somente os jazzófilos apreciam e consomem e os que caem no gosto público e tornam-se campeões de vendagem. Para estes últimos, os jazzófilos "mainstream" geralmente torcem o nariz.
O cd com a trilha musical do filme "Round Midnight" é um raríssimo exemplo de uma peça que caiu com tudo nas graças de gregos, troianos e jazzófilos. O disco é uma mistura perfeita do "style jazz" dos anos 50`s/60`s. Nele, o pianista Herbie Hancock, responsável pela compilação das músicas, mistura algumas de suas composições com peças clássicas do jazz. Tudo deu tão certo que alguns resultados surpreenderam: A Academia do Cinema deu um prêmio a Herbie e indicou o saxofonista tenor Dexter "LTD" Gordon para categoria de melhor ator. Feito até hoje não sucedido à nenhum outro músico.
Dexter Gordon protagoniza no filme de Bertrand Tavernier a vida de um músico americano (Dale Turner) exilado em Paris na década de cinquenta. O script mistura muito bem elementos da vida de Lester Young, outro saxofonista famoso que foi parceiro antológico de Billie Holiday e da história da amizade entre o pianista mentalmente perturbado Bud Powell e Francis Paudras. As cenas do começo ao fim são dominadas por um clima de extrema melancolia e geram no espectador uma certa tensão emocional.
Tenho quase certeza que esta deve ser a mesma opinião de meus amigos e parceiros musicais Salomito Benchimol e Zeca Dantas que comigo assistiram, durante uma chuvosa tarde de sábado de muitos vinhos, queijos e outros quitutes, esta obra-prima do jazz.
Mas, taqui aonde eu quero chegar. Ouvir e ver Dexter Gordon tocando em pessoa foi uma das experiências que jamais esquecerei pelo resto de minha vida.
Foi no campus da Radcliffe College em Boston, num friorento final de tarde de outono. O show estava programado para começar as 17:00 horas. Todos começaram a chegar uma hora antes. Pegaram as cadeirinhas de lona e começaram a escolher meticulosa e civilizadamente o lugar com a melhor visão de palco.
As 16:45 o mestre-de-cerimônias com a voz meio embargada anunciou que Long Tall Dexter já se encontrava a caminho e que devido a um problema no trânsito iria se atrasar, "just a little bit more". As 17:30, êle volta nervoso, pede deculpas e solicita um pouco mais de paciência pois Dexter não tardaria a chegar. Aqui cabe uma observação. Não esqueçamos que nos moldes anglo-saxões o atraso é um pecado mortal. Não é a toa que alguém inventou a pontualidade britânica.
Por volta das 18:00 horas toda platéia trocava opiniões sobre o desrespeito e absurdo do atraso e as vozes começaram a subir de tom. As 18:30 horas, lá vem o pobre do mestre-de-cerimônias outra vez, nitidamente desorientado apenas disse: ele virá, "I`m sorry".
A esta altura do não acontecimento, a platéia nervosa estava quase incontrolável mas continuava dentro da medida do possivel, educada e curiosamente ninguém arredava o pé. Não ouvi em nenhum momento qualquer sinal de vaias.
De repente, "out of the blue" sem anúncio, vimos a figura de um homem negro muito alto caminhando cambaleante em direção ao microfone no centro do palco, segurando um saxofone reluzente, enquanto apressadamente os músicos da banda tomavam seus postos diante de seus instrumemntos.
Dexter balbociou algumas palavras de um idioma que até hoje ninguém conseguiu decifrar e repentinamente, um silêncio sepulcral se abateu sobre a platéia, mesmerizada pela presença imponente de um verdadeiro ícone do jazz.
Dexter posicionou-se e, sem olhar para seus companheiros de palco ou para a platéia, começou a solar "Laura" com todo virtuosismo e versatilidade que lhe era peculiar. Foram nove minutos mágicos sem acompanhamento, capela no mais alto grau.
Soladas as últimas notas, virou-se e sem uma única palavra, foi-se embora deixando o palco debaixo da mais emocionante salva de palmas que já presenciei.
O mestre-de-cerimônias envolto pelo mesmo clima de magia veio até o microfone e disse: ladies and gentlemen, thank you.
Um ano depois deste acontecimento, Dexter Gordon saiu de cena, para ocupar na eternidade o seu merecido posto no Panteão dos mitológicos saxofonistas tenores.

Sunday, March 12, 2006

Nas horas vagas sou o tipo de enófilo que tem gana pela degustação de vinho tal qual a fome de uma lagarta recém saída do ovo, na folha do repolho.
A minha apreciação por vinhos é sem fidelidade, sem preocupação , cheia da liberdade de um taxi, orientada exclusivamente pelo meu gosto pessoal, que tomo o cuidado de não comparar com o de ninguém, mas que procuro aprimorar a cada dia.
Muitos fatores têm contribuido para meu "enoaprimoramento" nestes últimos cinco anos. Pertencer à Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho, seccional do Amazonas fundada no dia 7
de Junho de 2003, na qualidade de Diretor de Divulgação e Comunicação foi o primeiro grande passo para consolidar o meu aprendizado através da troca de experiências com aqueles que como eu, participam mensalmente de momentos enogastronômicos que objetivam unicamente a consolidação de nossas amizades e a expansão de nossos conhecimentos acerca do nobre fermentado, a bebida mais higiênica que existe: o vinho.
Outro passo foi consumir todo tipo de literatura em jornais, revistas e livros que tratam da matéria para estabelecer parâmetros de avaliação para conceitos por mim desenvolvidos durante a minha peregrinação de garrafa em garrafa, sempre em busca do aroma frutado com delicadas notas florais, do sabor "aveludado" com taninos pouco perceptíveis, simples sem complexidade que a todos agradam naturalmente.
As descobertas sobre a viticultura, as uvas e vinhos que ocorrem na maioria das vezes por puro acaso, são fascinantes e prazerosas.
Durante recente visita a Espanha, aprendi a diferença entre um vinho "Crianza" e um "Gran Reserva" da Rioja, na Rioja. Descobri que naquele país da sangria com fanta laranja e banana, além dos outros ingredientes, existem as maiores áreas de cultivo de uva no planeta, em uma região fascinante e mitológia bem perto de Madrid: La Mancha.
As uvas espanholas são um capítulo a parte: Teta de Vaca, Prieto Picudo, Corazón de Cabrito e tantas outros de dificil pronúncia mas de qualidade ímpar. Que pena que os vinhos espanhóis ainda estejam tão longe do consumo dos apreciadores brasileiros e continuem sendo privilégio de poucos. Na Espanha, a produção é voltada em grande parte para o consumo interno do país (pudera!!) e o que é exportado ou não vem pra cá ou chega em pequenas quantidades.
Tempranillo. Eis uma uva de dificil descrição. Ao tentar descreve-la, corre-se sempre o risco de não se fazer justiça através de palavras aos excelentes aromas que dela exalam e ao sabor sem igual a ela inerente e que faz bem ao corpo, ao espírito e a razão.
Acha que talvez esteja exagerando?. Então experimenta, e me fala depois.
E os vinhos brasileiros? Tá com falta de orgulho do nosso país ultimamente? Conhece alguém que não esteja? Então faz como eu, mergulha no desenvolvimento vitivinícolo brasileiro e vai descobrir que hoje a qualidade de alguns de nossos espumantes já desfruta de padrão "world class" e não tem nada a desejar de algumas marcas tradicionais e com fama consolidada mundialmente.
Um novo exemplo de sucesso deste desenvolvimento vitivinícolo para quem ainda não sabe, me permitindo até mesmo não citar uma outra situação vitoriosa mais conhecida, a do Vale dos Vinhedos Gaúchos, está acontecendo a todo momento no Nordeste do nosso país. Isso mesmo no Nordeste onde se situa o Vale do São Francisco. Nesta região está sendo produzido 15% do vinho nacional que representa atualmente seis milhões de litros de vinhos frutados e aromáticos de castas brancas e tintas. Segundo a Valexport, este volume deve passar para 20 milhões de litros em 10 anos. Estão colhendo duas safras por ano devido ao grande ambiente tropical do Vale - solo adequado, clima e luminosidade de 5.000 mil horas por ano ou 300 dias de sol.
Cai por terra desta forma um dos grandes tabus da viticultura: a desconfiança de que regiões quentes possam produzir vinhos bons de padrão internacional.
Pronto para concluir meu desabafo, só me resta convidar os Orkuteiros para visitarem a comunidade "Apreciadores da Uva Carmènére" sobre a qual estarei escrevendo em breve.
Vou degustar um nordestino Adega do Vale 2003 Cabernet Sauvignon com pão fresco e azeite puro não filtrado.
Como disse Horácio: "Nunc est bibendum"
Boa semana .

Monday, March 06, 2006


Eia ai o meu bem-amado e sarado filho Nicholas Artanis no explendor de sua infância, Fev 2006