Nas horas vagas sou o tipo de enófilo que tem gana pela degustação de vinho tal qual a fome de uma lagarta recém saída do ovo, na folha do repolho.
A minha apreciação por vinhos é sem fidelidade, sem preocupação , cheia da liberdade de um taxi, orientada exclusivamente pelo meu gosto pessoal, que tomo o cuidado de não comparar com o de ninguém, mas que procuro aprimorar a cada dia.
Muitos fatores têm contribuido para meu "enoaprimoramento" nestes últimos cinco anos. Pertencer à Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho, seccional do Amazonas fundada no dia 7
de Junho de 2003, na qualidade de Diretor de Divulgação e Comunicação foi o primeiro grande passo para consolidar o meu aprendizado através da troca de experiências com aqueles que como eu, participam mensalmente de momentos enogastronômicos que objetivam unicamente a consolidação de nossas amizades e a expansão de nossos conhecimentos acerca do nobre fermentado, a bebida mais higiênica que existe: o vinho.
Outro passo foi consumir todo tipo de literatura em jornais, revistas e livros que tratam da matéria para estabelecer parâmetros de avaliação para conceitos por mim desenvolvidos durante a minha peregrinação de garrafa em garrafa, sempre em busca do aroma frutado com delicadas notas florais, do sabor "aveludado" com taninos pouco perceptíveis, simples sem complexidade que a todos agradam naturalmente.
As descobertas sobre a viticultura, as uvas e vinhos que ocorrem na maioria das vezes por puro acaso, são fascinantes e prazerosas.
Durante recente visita a Espanha, aprendi a diferença entre um vinho "Crianza" e um "Gran Reserva" da Rioja, na Rioja. Descobri que naquele país da sangria com fanta laranja e banana, além dos outros ingredientes, existem as maiores áreas de cultivo de uva no planeta, em uma região fascinante e mitológia bem perto de Madrid: La Mancha.
As uvas espanholas são um capítulo a parte: Teta de Vaca, Prieto Picudo, Corazón de Cabrito e tantas outros de dificil pronúncia mas de qualidade ímpar. Que pena que os vinhos espanhóis ainda estejam tão longe do consumo dos apreciadores brasileiros e continuem sendo privilégio de poucos. Na Espanha, a produção é voltada em grande parte para o consumo interno do país (pudera!!) e o que é exportado ou não vem pra cá ou chega em pequenas quantidades.
Tempranillo. Eis uma uva de dificil descrição. Ao tentar descreve-la, corre-se sempre o risco de não se fazer justiça através de palavras aos excelentes aromas que dela exalam e ao sabor sem igual a ela inerente e que faz bem ao corpo, ao espírito e a razão.
Acha que talvez esteja exagerando?. Então experimenta, e me fala depois.
E os vinhos brasileiros? Tá com falta de orgulho do nosso país ultimamente? Conhece alguém que não esteja? Então faz como eu, mergulha no desenvolvimento vitivinícolo brasileiro e vai descobrir que hoje a qualidade de alguns de nossos espumantes já desfruta de padrão "world class" e não tem nada a desejar de algumas marcas tradicionais e com fama consolidada mundialmente.
Um novo exemplo de sucesso deste desenvolvimento vitivinícolo para quem ainda não sabe, me permitindo até mesmo não citar uma outra situação vitoriosa mais conhecida, a do Vale dos Vinhedos Gaúchos, está acontecendo a todo momento no Nordeste do nosso país. Isso mesmo no Nordeste onde se situa o Vale do São Francisco. Nesta região está sendo produzido 15% do vinho nacional que representa atualmente seis milhões de litros de vinhos frutados e aromáticos de castas brancas e tintas. Segundo a Valexport, este volume deve passar para 20 milhões de litros em 10 anos. Estão colhendo duas safras por ano devido ao grande ambiente tropical do Vale - solo adequado, clima e luminosidade de 5.000 mil horas por ano ou 300 dias de sol.
Cai por terra desta forma um dos grandes tabus da viticultura: a desconfiança de que regiões quentes possam produzir vinhos bons de padrão internacional.
Pronto para concluir meu desabafo, só me resta convidar os Orkuteiros para visitarem a comunidade "Apreciadores da Uva Carmènére" sobre a qual estarei escrevendo em breve.
Vou degustar um nordestino Adega do Vale 2003 Cabernet Sauvignon com pão fresco e azeite puro não filtrado.
Como disse Horácio: "Nunc est bibendum"
Boa semana .
A minha apreciação por vinhos é sem fidelidade, sem preocupação , cheia da liberdade de um taxi, orientada exclusivamente pelo meu gosto pessoal, que tomo o cuidado de não comparar com o de ninguém, mas que procuro aprimorar a cada dia.
Muitos fatores têm contribuido para meu "enoaprimoramento" nestes últimos cinco anos. Pertencer à Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho, seccional do Amazonas fundada no dia 7
de Junho de 2003, na qualidade de Diretor de Divulgação e Comunicação foi o primeiro grande passo para consolidar o meu aprendizado através da troca de experiências com aqueles que como eu, participam mensalmente de momentos enogastronômicos que objetivam unicamente a consolidação de nossas amizades e a expansão de nossos conhecimentos acerca do nobre fermentado, a bebida mais higiênica que existe: o vinho.
Outro passo foi consumir todo tipo de literatura em jornais, revistas e livros que tratam da matéria para estabelecer parâmetros de avaliação para conceitos por mim desenvolvidos durante a minha peregrinação de garrafa em garrafa, sempre em busca do aroma frutado com delicadas notas florais, do sabor "aveludado" com taninos pouco perceptíveis, simples sem complexidade que a todos agradam naturalmente.
As descobertas sobre a viticultura, as uvas e vinhos que ocorrem na maioria das vezes por puro acaso, são fascinantes e prazerosas.
Durante recente visita a Espanha, aprendi a diferença entre um vinho "Crianza" e um "Gran Reserva" da Rioja, na Rioja. Descobri que naquele país da sangria com fanta laranja e banana, além dos outros ingredientes, existem as maiores áreas de cultivo de uva no planeta, em uma região fascinante e mitológia bem perto de Madrid: La Mancha.
As uvas espanholas são um capítulo a parte: Teta de Vaca, Prieto Picudo, Corazón de Cabrito e tantas outros de dificil pronúncia mas de qualidade ímpar. Que pena que os vinhos espanhóis ainda estejam tão longe do consumo dos apreciadores brasileiros e continuem sendo privilégio de poucos. Na Espanha, a produção é voltada em grande parte para o consumo interno do país (pudera!!) e o que é exportado ou não vem pra cá ou chega em pequenas quantidades.
Tempranillo. Eis uma uva de dificil descrição. Ao tentar descreve-la, corre-se sempre o risco de não se fazer justiça através de palavras aos excelentes aromas que dela exalam e ao sabor sem igual a ela inerente e que faz bem ao corpo, ao espírito e a razão.
Acha que talvez esteja exagerando?. Então experimenta, e me fala depois.
E os vinhos brasileiros? Tá com falta de orgulho do nosso país ultimamente? Conhece alguém que não esteja? Então faz como eu, mergulha no desenvolvimento vitivinícolo brasileiro e vai descobrir que hoje a qualidade de alguns de nossos espumantes já desfruta de padrão "world class" e não tem nada a desejar de algumas marcas tradicionais e com fama consolidada mundialmente.
Um novo exemplo de sucesso deste desenvolvimento vitivinícolo para quem ainda não sabe, me permitindo até mesmo não citar uma outra situação vitoriosa mais conhecida, a do Vale dos Vinhedos Gaúchos, está acontecendo a todo momento no Nordeste do nosso país. Isso mesmo no Nordeste onde se situa o Vale do São Francisco. Nesta região está sendo produzido 15% do vinho nacional que representa atualmente seis milhões de litros de vinhos frutados e aromáticos de castas brancas e tintas. Segundo a Valexport, este volume deve passar para 20 milhões de litros em 10 anos. Estão colhendo duas safras por ano devido ao grande ambiente tropical do Vale - solo adequado, clima e luminosidade de 5.000 mil horas por ano ou 300 dias de sol.
Cai por terra desta forma um dos grandes tabus da viticultura: a desconfiança de que regiões quentes possam produzir vinhos bons de padrão internacional.
Pronto para concluir meu desabafo, só me resta convidar os Orkuteiros para visitarem a comunidade "Apreciadores da Uva Carmènére" sobre a qual estarei escrevendo em breve.
Vou degustar um nordestino Adega do Vale 2003 Cabernet Sauvignon com pão fresco e azeite puro não filtrado.
Como disse Horácio: "Nunc est bibendum"
Boa semana .
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