Saturday, April 18, 2009

Foto (Humberto Amorim)

AÇAÍ VIRA ALGO MAIS, NOS ESTADOS UNIDOS.

O açaí é uma pequena fruta roxa de gosto amargo com mais caroço do que polpa. Com essas credenciais, parecia natural que seu consumo se limitasse às populações ribeirinhas da Amazônia. Ou, no máximo, fosse servida com granola, em tigelas, em praias, quiosques e academias.


No entanto, reembalada em um esforço de marketing, essa fruta de origem amazônica está se tornando a nova sensação de consumo nos Estados Unidos, onde foi eleita um dos principais sabores de 2007, de acordo com a consultoria Mintel, uma empresa multinacional de pesquisa de mercado.


A Anheuser-Busch, a segunda maior fabricante de bebidas do mundo, acaba de lançar um energético de açaí, o 180 Blue – até então os sabores eram convencionais, como limão e laranja. Em setembro passado, a Bolthouse Farms, empresa americana que fabrica sucos de fruta, inaugurou nos arredores da cidade de Belém sua primeira instalação fora dos Estados Unidos, num investimento de mais de 10 milhões de dólares.


Objetivo: assegurar a produção diária de 60 toneladas de polpa de açaí para abastecer a sua fábrica de sucos tropicais na Califórnia. A febre do açaí não se restringe às bebidas. Com base nas propriedades antioxidantes da fruta, a gigante americana Procter & Gamble e a fabricante de cosméticos Borba, também dos Estados Unidos, criaram xampus, sabonetes e cremes, todos à base de açaí.


No Amazonas o açai ainda é tratado pela maioria como como produto alternativo do Brasil; lá fora a história é bem diferente devido a todo valor valor agregado, graças ao talento de empresas estrangeiras, em sua maioria americanas.


O açaí desembarcou nos Estados Unidos em 2000 pela iniciativa de um grupo de jovens empresários do país que, hoje donos de empresas especializadas em sucos da fruta, disputam a primazia do feito.


Uma dessas empresas é a Sambazon, formada por surfistas californianos que provaram o açaí numa viagem ao Nordeste brasileiro há sete anos.

Em 2006, eles faturaram 12 milhões de dólares. Outra empresa é a Bossa Nova Beverage, fundada pelo americano Alton Johnson após uma viagem de negócios a São Paulo, em 1999.


A empresa tem hoje dez funcionários e faturou no ano passado 4 milhões de dólares com a venda de suco. Neste ano, Johnson já conseguiu levantar quase 7,5 milhões de dólares entre investidores privados e depositou nove pedidos de patentes relacionados ao processo de fabricação do suco de açaí.

Assim como ocorreu com outras frutas exóticas introduzidas com sucesso no mercado americano, os rótulos de "orgânico" e "saudável" dão um empurrão nessas iniciativas.


"Durante incontáveis séculos, os povos do Amazonas consumiram o açaí como fonte de longevidade", diz a propaganda da MonaVie, empresa que vende um suco contendo dezenove frutas, entre elas o açaí, a "jóia da coroa" do produto.


As peças de marketing da empresa definem o açaí como o alimento com mais substâncias antioxidantes "da Terra", deixando para trás outras frutas e o vinho tinto, famoso por suas propriedades no combate ao envelhecimento.


Embora o carro-chefe seja o açaí, a bebida também tem guaraná e uva, para tornar o sabor mais palatável para os estrangeiros. A Fruta Vida, uma empresa texana, também vende um suco eclético, chamado de "mistura única de sabores brasileiros" e composto de mate, açaí e cupuaçu.


A maior parte dessas empresas se propõe a reverter uma fatia da receita angariada com a venda de produtos de açaí em ações ambientais de proteção da Amazônia. "Cada garrafa que você compra salva uma árvore da Floresta Amazônica", dizem os fundadores da Bossa Nova.


Eles não são os únicos. "Uma porcentagem do dinheiro recebido com a venda de cada garrafa volta para as pessoas e plantas da selva amazônica", promete a Fruta Vida.


As empresas juram ajudar, com o dinheiro da venda de produtos à base de açaí, famílias indígenas brasileiras que vivem da coleta da fruta.
Fonte - Veja Negócios.



Pergunta do blog - Alguém acredita que os indigenas estão lucrando ou pelo menos vendo a cor da ajuda verde do dolares, com a mesma intensidade dos lucros nos States?

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