Tuesday, May 19, 2009

NILTON SANTOS, ROMANTISMO E CATEGORIA BOTAFOGUENSE.

O maior lateral-esquerdo da história do futebol brasileiro, Nilton Santos, chega aos 82 anos com saúde, feliz por trabalhar no clube do seu coração, apesar de não ter a polpuda conta bancária dos craques da atualidade. Para ele, o amor ao Botafogo era o mais importante, tanto é que nos seus 16 anos de clube chegou a assinar três contratos em branco, algo impensável nos dias de hoje.

Em toda a sua carreira defendeu apenas o time da estrela solitária. Estreou no dia 21 de março de 1948, num jogo em que o alvinegro carioca perdeu para o América mineiro por 2 a 1. A última partida foi no dia 16 de dezembro de 1964, ocasião em que derrotou o Bahia pelo placar mínimo.

Nilton Santos é o recordista de partidas pelo Botafogo. Todavia, as informações de várias fontes pesquisadas são conflitantes e variam de 718 a 743 jogos, com 11 gols marcados. De qualquer maneira, é um número bastante expressivo, pois supera os 700 jogos. Pela seleção brasileira atuou em 85 jogos e marcou 3 gols.

Entre os 26 títulos que conquistou em sua carreira, destacam-se os quatro campeonatos cariocas (1948, 1957, 1961/62), Rio-São Paulo (1962 e 1964) e o bicampeonato pela seleção brasileira, em 1958/62. Sua estréia com a camisa canarinho aconteceu no dia 17 de abril de 1949, ocasião em que o Brasil goleou a Colômbia por 5 a 0.


O lateral bicampeão do mundo ganhou o apelido de "Enciclopédia do Futebol" por causa da categoria do seu futebol, de sua aguçada visão de jogo, ótimo senso de cobertura e passes perfeitos. Foi o primeiro atleta da posição no país que ousou avançar ao ataque exercendo a função que hoje pertence aos alas.

Quando chegou ao clube, em 1948, foi apresentado ao técnico Zezé Moreira, que o colocou para treinar como zagueiro. Pouco tempo depois foi convocado para a seleção brasileira que venceu o Campeonato Sul-Americano e para a Copa de 50. Ficou na reserva, mas aproveitou para conhecer de perto como era o ambiente de uma seleção.

Quem comandava o escrete canarinho naqueles anos era o treinador Flávio Costa, criador da "Diagonal", um esquema variante do WM. O respeitado técnico ao ver a chuteira que Nilton Santos usava, mais mole, macia, foi logo esbravejando: "zagueiro precisa jogar com chuteira de bico duro e evitar dribles". Para espanto dos que presenciaram a cena, Nilton Santos retrucou: "eu não dou bico na bola, ela sempre me obedece, faz o que eu quero... eu não tenho raiva dela", disse o craque, para irritação do "professor Flávio".

Mas, o futuro brilhante de Nilton Santos no futebol brasileiro parecia estar mesmo traçado, conforme previu o carismático presidente botafoguense, Carlito Rocha, assim que o viu treinar pela primeira vez: "você vai ser grande... vai chegar a campeão do mundo". E não é que estava certo? Nilton Santos tornou-se titular em 1952, no Pan-Americano disputado no Chile, ocasião em que o Brasil ganhou seu primeiro título fora do país.

De lá para cá a história é conhecida. A "Enciclopédia do Futebol" disputou as Copas de 1954/58/62 e foi bicampeão mundial jogando ao lado do seu compadre Mané Garrincha, além de Didi, Amarildo (na Copa de 62), Zagallo - todos do Botafogo, e de outros craques inesquecíveis dos anos dourados do futebol brasileiro, como Gilmar, Djalma Santos, Belini, Mauro, Orlando, Zito, Mazola e, é claro, o rei do futebol que despontava: Pelé.


Nota do Blog -Saiba um pouco mais da vida de Nilton Santos, em um livro não só para os amantes do futebol e do Botafogo, e sim sobre a história do Futebol Brasileiro e principalmente "dele": Nilton Santos - A Enciclopédia do Futebol

Livro -Minha Bola, Minha Vida (Nilton Santos Biografia) - 248 páginas -ISBN

Fonte - Universidade do Futebol

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