Sunday, January 03, 2010

EARL HINES, O PIANISTA FAVORITO DOS GANGSTERS DE CHICAGO


O grande pianista de jazz Earl Kenneth Hines nasceu no 28 de Dezembro de 1903, também conhecido por Earl "Fatha" Hines, foi compositor, líder de bandas e um dos mais importantes pianistas da história do jazz.


Earl Hines nasceu em Pittsburgh, um subúrbio da cidade de Duquesne, na Pensilvânia. O seu pai era cornetista, e chefe da banda Pittsburgh's Eureka Brass Band; sua mãe faleceu quando ele tinha três anos. Foi criado pela sua madrasra, que era organista numa igreja. Sua irmã Nancy e seu irmão Boots também tocavam órgão e piano, respectivamente.


Inicialmente, Hines tentou seguir a carreira do pai, tocando trompete mas logo cedo o trocou pelo piano, que aprendeu a tocar com sua mãe. Teve aulas de piano, onde aprendeu os clássicos, mas sua paixão eram as músicas populares que ele ouvia nos teatros. Hines mudou-se para Pittisburgh, onde frequentava a escola Schenley High School, e estudava música. Com quinze anos, Hines formou a sua primeira banda, um trio que incluía um violinista e um baterista. Devido ter que tocar várias vezes até tarde, nos clubes noturnos, Hines abandona os estudos.



Em 1922, Hines sai de casa para tocar com Lois Deppe & his Serenaders, no clube noturno Liederhaus, de Pittsburgh. Recebia 15 dólares por semana, e duas refeições por dia. Deppe tocava saxofone barítono. As primeiras gravações de Hines foram com esta banda, em 1923. Das quatro composições que gravou, uma era de sua autoria, Congaine, ao estilo do foxtrot. Tempos depois grava novamente, com Deppe, desta vez músicas espirituais e populares.


Em 1924, muda-se para Chicago, a capital do jazz nessa altura, onde tocavam Jelly Roll Morton, King Oliver e Benny Goodman. Tocou piano com a banda de Carrol Dickerson, Sammy Stewart e com a orquestra de Erskine Tate, a Erskine Tate's Vendome Theatre Orchestra. Em Chicago conhece Louis Armstrong e, juntamente com Zutty Singleton, tocam no Sunset Café.

Em 1927, esta torna-se a banda de Louis Armstrong, e Hines o seu director. Armstrong apercebe-se do estilo avant garde de Hines ao tocar piano como um trompete, recorrendo ao uso de oitavas para que o seu piano pudesse ser mais facilmente ouvido. Nesse ano, Armstrong renova contrato da sua banda "Louis Armstrong's Hot Five", com a gravadora Okeh Records, e susbtitui a sua esposa Lil Hardin Armstrong no piano, por Hines. Em 1928, gravam, o que alguns críticos consideram como um dos melhores trabalhos de jazz, "Weatherbird", um dueto de trompete e piano.



A partir desse ano, Hines gravou algumas das suas principais obras, como West End Blues, Fireworks, Basin Street Blues, 57 Varieties ou My Monday Date (da sua própria autoria). Após o encerramento do Sunset Café, Armstrong, e o baterista Zutty Singleton, passam a tocar no Savoy Theatre, enquanto Hines estava em Nova Iorque; quando este regressa a Chicago, junta-se à banda de Jimmie Noone, no Apex Club.



Em 1928 no seu 25º aniversário, Hines lidera a sua própria banda, uma ambição para qualquer músico de jazz, naquela época. Foi no clube de Al Capone, o Grand Terrace Ballroom, que estreou como líder de banda e, durante onze anos, a sua banda foi a principal do clube de Capone.


No período que trabalhou no Grand Terrace, a sua The Earl Hines Orchestra foi a banda mais ouvida na rádio, nos EUA. Pela sua banda passaram Nat KIng Cole, que o substituía no piano, Dizzy Gillespie,Sarah Vaughan e cHarlie Parker, nas suas primeira aparições. Este viria a ser despedido por chegar habitualmente, atrasado ao trabalho.


Earl Hines liderou a sua banda até 1947, altura em que passou temporáriamente a liderar a banda de Duke Ellington, enquanto este se encontrava doente. O tempo das grandes bandas e orquestras, encontrava-se no fim.

Em 1944, Earl Hines recebeu o prémio Silver Award, da revista Esquire Magazine.



No início dos anos 60, Hines é um músico esquecido, e foi morar em Oakland. No entanto, em 1964, graças ao seu amigo Stanley Dance, escritor de jazz, Hines é "redescoberto", após alguns recitais de piano, no The Little Theatre, em Nova Iorque. Em 1966, fica em primeiro lugar no Hall of Fame, da revista Down Beat, ganhando o prémio da critica, "International Critics Poll". A Down Beat também o elegeu como o Melhor Pianista de Jazz, em 1966 (sendo eleito mais cinco vezes). O Jazz Jornal, premeia os seus álbuns, considerando-os em primeiro e segundo lugar; e os seus trabalhos como pianista, em primeiro, segundo e terceiros lugares. A Jazz, escolhe-o como o Músico de Jazz do Ano; e os seus trabalhos de piano, ficam em primeiro e segundo lugares.


Durante os anos 70, Earl Hines prestou alguns tributos solo, a Louis Armstrong, Hoagy Carmichael, Duke Ellington,George Gershwin e Cole Porter, tocando num piano de 1904, 12-legged Steinway, que ganhou de Scott Newhall, diretor editorial do San Francisco Chronicle.


Em 1974, aos setenta anos de idade, Hines gravou cerca de dezasseis álbuns. Desde o seu regresso, em 1964, até à sua morte, o pianista gravou cerca de 90 álbuns.

Em 1965, Hines teve a honra de ver o seu nome inscrito no "Jazz Hall of Fame".


Em 1968, como "Embaixador da Boa Vontade" do Departamento de Estado Norte-Americano dedicado ao jazz, Earl Hines fez diversos concertos por todo o mundo, destacando-se o que deu na ex-União Soviética, no Kiev Sports Palace, onde esgotou os 10.000 lugares do recinto; em consequência, o Kremlin cancelou os espectáculos programados para Moscou e Leningrado.


Em 1975, gravou um programa para a televisão britânica, onde aparece em destaque, durante todo o documentário de uma hora. Hines também tocou na Casa Branca e no Vaticano.


Earl Hines faleceu em Oakland, uma semana depois do seu último concerto em São Francisco aos 77 anos, no dia 22 de abril de 1983, de um ataque cardíaco. Na lápide do seu túmulo, está escrito He Enriched The World With His Music (Enriqueceu o Mundo Com a Sua Música).




Earl Hines em Berlim

Fonte - AAJ

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