Thursday, March 18, 2010

PARA OS QUE LÊEM EM INGLÊS: BIOGRAFIA DE JIMMY HEATH


O "jazz master", saxofonista, compositor e arranjador Jimmy Heath, de 83 anos de idade, 130 composições, 125 participações em gravações e 65 anos de atividade musical, chamado pelos amigos de "Little Bird", em alusão ao " Bird" Charlie Parker, uma de suas primeiras influências, continua escrevendo belíssimas páginas na história musical do jazz, primeiro na companhia de seus dois irmãos, o baterista Albert Heath e o contra-baixista Percy Heath (falecido) e, agora, na sua biografia (em inglês) intitulada "I Walked the Giants Steps".



Jimmy foi contemporâneo do saxofonista John Coltrane e do trompetista "cult" Miles Davis. Os três nasceram no mesmo ano de 1926, considerado, ano de grande glória para o jazz, tendo em vista o padrão musical que foi desenvolvido por esses três dignos criadores.


Mirem-se neste exemplo: Em 1959, Miles Davis e John Coltrane gravaram o disco antológico "Kind of Blue" que completou em 2009, 50 anos de edição, festejados mundialmente. John Coltrane por sua vez, gravou o clássico modal “Giant Steps”, também, naquele mesmo ano.




Jimmy relata no livro “I Walked with Giants”, que contou com a redação do "ghost writer" Joseph McLaren, e que ao sair da prisão pelo uso de drogas, em Maio de 1959, prometeu largar o vício de uma vez por todas. No livro, o importante mesmo é o enfoque que Heath dedica a música produzida naquele ano, utilizando narração exuberante.




Durante toda vida manteve amizade com os antigos camaradas de profissão como : Paul Chambers, Jimmy Cobb, Cannonball Adderley, e, Miles, que foi quem levou Heath para Los Angeles em 1959, para fazer parte de sua banda. Heath afirma que encontrou dificuldade para assimilar o novo estilo “modal” (ao contrário de John Coltrane), mas acabou se adaptando a um movimento que classifica como singular. As estórias que Heath narra em "I Walked with Giants" são revestidas por uma película de magia, atemporais e muito envolventes.




Que outros músicos podem declarar ter conhecido e tocado com John Coltrane, estado em seu funeral, e que podem relembrar com detalhes os novos sons que foram criados no anos 60 após o grande sucesso dos CDs “Giant Steps” e “A Love Supreme”?. Poucos instrumentistas, demonstram com clareza as caracteristicasde Jimmy Heath, como músico e compositor. Ele é um sobrevivente. Ao longo de sua profícua carreira, tocou com muita gente de peso, mas os destaques especiais do livro se situam nos anos 70, quando fazia música com seus irmãos Albert and Percy.




O produtor Ken Burns não incluiu os Heath Brothers em seu filme, “Jazz”, mas mesmo como um elo esquecido não pode deixar de ser percebido. Heath declara que “Os álbuns que gravou com os Heath Brothers foram o grande marco das minhas gravações de maior sucesso”, e vai mais longe, acrescentando que a despeito do sucesso de vendas, a gravadora CBS, os despediu, do mesmo jeito como foram esquecidos por Burns em seu filme.




O livro “I Walked with Giants” , marca o retorno do músico e torna-se um ponto de referência, um livro repleto de perguntas e respostas. Heath narra e McLaren escreve, mas outras pessoas estão envolvidas com ele, como o trompetista Art Farmer, seu irmão o baterista Percy Heath , e também os músicos que cresceram com Jimmy nas ruas da Filadélfia e testemunharam a sua trajetória no maravilhoso mundo da música.




Ler o livro significa acompanhar a estória repleta de swing de um verdadeiro sobrevivente , pois tudo começa na era do swing e prossegue até os tempos de hoje. A "National Endowment for the Arts" recentemente nomeou Jimmy Heat como "Jazz Master" e ele continua, na companhia de seu irmão Albert (ambos acabam de lançar o novo CD "Endurance") a enriquecer o legado musical e a no brindar com sua obra "sui generis".




Jimmy atuando no "Kongsberg Jazz Festival"


http://www.youtube.com/watch?v=mm8wQVVDM98



In his new memoir, "I Walked with Giants", legendary jazzman Jimmy Heath riffs on his notable career with an all-star cast of music greats. If you were to judge musician, Jimmy Heath’s new memoir by its title — I Walked with Giants — you might get the impression he was a David among the Goliaths of jazz. True, the 83-year-old composer and tenor saxophonist doesn’t have nearly the name recognition of his longtime friend John Coltrane or his former bandleader Miles Davis. But with more than 130 compositions, 125 album credits, and 65 years of playing to his name, there’s no doubt Heath is a jazz giant not merely by association but in his own right.Heath is as consummate a collaborator on the page as he is on the stage.



Cowritten by Joseph McLaren, I Walked with Giants: The Autobiography of Jimmy Heath (Temple University Press, $35) combines Heath’s own account of his life and career with recollections he’s gathered from nearly 40 fellow jazz luminaries. Together, they recall Heath’s highs and lows: his emergence on the Philadelphia jazz scene in the 1940s; his four-year prison term for drug charges in the late 1950s; his partnership with his brothers, Albert “Tootie” and Percy, both highly successful jazzmen; and his tenure as the first director of jazz studies at Queens College.“When I first started this book 25 years ago, I didn’t have much to say except I was on a good path,” Heath says. “I had stumbled, but I’d stood up again and was heading for good things. Those good things have come with age.”



Indeed, in his late 70s, Heath was not only named an NEA Jazz Master — the highest honor in jazz — but he was also the first jazz musician to be granted an honorary doctorate from the Juilliard School.Several of the book’s contributors — Heath’s mentor, Dizzy Gillespie; his “first influence,” Benny Carter; and his brother Percy, among others — have since passed on, making their remembrances of Heath and their times together all the more poignant. “I’m touched by what they say about me, for I’d say the same things about them,” Heath says.



Lucky for jazz fans, Heath is still performing. Last August, he and Tootie released the highly acclaimed album Endurance, their first Heath Brothers CD since Percy’s death. He spent his 83rd birthday jamming with Wynton Marsalis and Willie Nelson at a Kennedy Center ceremony honoring his longtime friend Bill Cosby (who contributed the foreword to Heath’s memoir). And he continues to mentor young musicians following his footsteps into jazz. “I try to instill in my students the sincerity of being an individual,” he says. “Don’t be a copycat. Find your own voice in music.”




Referencia : JazzTimes / Brian Gilmore

Tradução de Humberto Amorim

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