Nascido no Rio de Janeiro em 16 de julho de 1940, Arthur Moreira Lima é considerado uma das mais importantes personalidades da nossa cultura. Arthur Moreira Lima projetou-se internacionalmente no Concurso Chopin de Varsóvia.
Laureou-se também nos Concursos de Leeds (Inglaterra) e Tchaikovsky (Moscou). Desde então, Moreira Lima tem feito turnês em todos os continentes, lotando as principais salas de concertos do mundo. Entre as orquestras e os regentes famosos com quem já se apresentou, estão as Filarmônicas de Leningrado, Moscou, Varsóvia, Sinfônicas de Berlim, Viena, Praga, BBC de Londres, National da França, sob a direção de Kurt Sanderling, KiriIl Kondrashin, Mariss Jansons, Serge Baudo, Jesus Lopez-Cobos, Sir Charles Groves, Vladimir Fedosseyev, Rudolf Barshai.
A crítica mundial o considera extraordinário intérprete do grande repertório romântico e não tem poupado elogios à beleza da sua sonoridade e ao seu grande virtuosismo. A revista LA SUISSE chamou Moreira Lima "O Pelé do Piano", a crítica americana elegeu sua gravação dos Noturnos de Chopin "o mais importante registro pianístico do ano", e o famoso crítico londrino Dominic Gill do FINANCIAL TIMES escreveu "Moreira Lima sabe tudo sobre o piano romântico, fazendo seu instrumento falar". Começou a estudar piano aos seis anos, e já aos nove tocava um concerto de Mozart com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Seus mestres foram Lúcia Branco (Rio de Janeiro), Marguerite Long (Paris) e Rudolf Kehrer (Conservatório Tchaikovsky de Moscou). Em seu trabalho de resgate e difusão das raízes culturais brasileiras, Arthur Moreira Lima foi solista da primeira audição do Concerto n. 1 de Villa-Lobos no Japão, Rússia, Áustria e Alemanha. Foi também o pianista que fez reviver a obra de Ernesto Nazareth.
Por seu trabalho discográfico no Brasil, recebeu por duas vezes consecutivas o Prêmio Sharp (1989 e 1990). Nos Estados Unidos, seu CD da obra de Ernesto Nazareth foi incluído na lista das melhores gravações do ano da Stereo Review Magazine. Um CD de Chopin Favourites lançado no Japão pela Nippon Columbia continua como um dos best-sellers da companhia. Lançado internacionalmente pelo selo Olympia em 1999, seu CD com músicas de Astor Piazzolla foi considerado na França como "Disco do Mês" pela revista Répertoire e pela revista Tipptopp da Rádio da Suiça alemã. Gramophone, na Inglaterra, escreveu que Moreira Lima "captou magicamente a fantasia e grandiosidade da música", e a BBC Music Magazine: "Moreira Lima é um marcante e eloquente campeão de Piazzolla. Este CD certamente irá converter os céticos".
Certa madrugada paulistana, alguém confundiu, no balcão de uma padaria da rua da Consolação, Arthur Moreira Lima com um mágico. Ele vinha de um concerto seguido de um jantar prolongadíssimo, e ainda vestia a casaca de músico, daí a confusão. Isso aconteceu no começo de 1971, numa das primeiras vezes em que Arthur vinha tocar no Brasil. Na época, ele morava em Viena, depois de uma longa temporada de consagração e muito estudo em Moscou. O inusitado da situação fica por conta do acerto involuntário: incapaz de qualquer truque de prestidigitador, Arthur Moreira Lima é, sem a menor dúvida, capaz da mais alta magia em seu ofício. O inusitado da localização: afinal, quantos pianistas eruditos bem sucedidos podem ser encontrados, num fim de noite, num balcão de padaria? Fica por conta de uma das mais marcantes características de Moreira Lima: sua irremediável vocação para a matreirice carioca, seu talento inquebrável para manter muito da irreverência juvenil, sua obstinada proximidade com o dia-a-dia do brasileiro. E esta é, possivelmente, a melhor maneira de descrever Arthur Moreira Lima: o mais brasileiro dos grandes pianistas de formação erudita da nossa história.
O lado travesso de Arthur acabou gerando uma série de situações peculiares, e ninguém além dele é capaz, hoje, de distinguir o que é real do que foi inventado, na onda de seu comportamento inesperado. Quando conheceu o embaixador Vasco Leitão da Cunha,deu-se um desses diálogos típicos de Arthur Moreira Lima, e que imediatamente foi incorporado ao seu anedotário pessoal. - Muito prazer, Vasco Leitão da Cunha apresentou-se o diplomata.- Prazer, Fluminense Moreira Lima rebateu o pianista irreverente.
No comments:
Post a Comment