HUMBERTO AMORIM - JAZZ IS TIMELESS

HOJE É O DIA DO JAZZ, É O DIA DE BILLIE HOLIDAY!!!!!


Sete de abril de 2007, sábado de aleluia, o programa radiofônico "MOMENTOS DE JAZZ" que vai ao ar pelas ondas da RADIO AMAZONAS FM - (101,5) em Manaus está completando 12 anos de existência. Período do mais puro e incontestável hedonismo musical de minha vida.
Tempo passa rápido mesmo, impossivel duvidar. Na minha cabeça o 7 de Abril de 1995 está bem ali, quietinho numa esquina não tão distante do meu passado. O passado é mesmo por vezes, uma doce ilusão.
Como é recompensadora esta alegria por ter conseguido tornar em realidade este sonho que tomou forma justamente no mesmo dia, tantos anos depois, em que BILLIE HOLIDAY chegou à este mundo complexo em que vivemos.
A vida de Billie foi uma trajetória repleta com pouco do bom e muito do ruim, equilibrada por alguns triunfos ocasionais.
Mas, o maior triunfo de Billie, que na pia batismal recebeu o nome de Eleonora Fagan, foi tomar posse da Musica Popular Americana para através dela conquistar o seu lugar no mundo, tendo o seu talento como trapézio, que a impulsionou para merecido sucesso artistico, apesar do fardo pessoal que impos a si mesma até o ultimo suspiro. Ela foi provavelmente a mais inalterada cantora de jazz de todos os tempos, algo que tem sido obscurecido por este mistério inerente a condição humana que fascina àqueles que jogam com suas vidas e perdem.
"Viver além dos quarenta anos é indecente, banal, imoral" vaticinou o personagem subversivo de Dotoievsky, Biliie Holiday extrapolou por apenas quatro anos. Como Charlie Parker, James Dean, Marilyn Monroe, Dinah Washington, Jaco Pastorius, Janis Joplin, Jim Morrison, e tantos outros , a vida dela forjou uma definição inesperada ao seguir prematuramente pelo atalho que leva à eternidade.
A verdade essencial sobre Billie é que apesar de seu estilo de vida hedonistico tão explorado pela imprensa e "biógrafos", ela foi uma grande artista. Como seu admirador incondicional, baseio minha admiração nos altos de sua música e me recuso a perder tempo com os baixos de sua vida pessoal que, tal qual a minha e a de todo mundo, deve ser respeitada pois é capítulo sagrado, inviolável.
Ralatos históricos confirmam que o interesse de Billie por jazz começou quando escutou em 1928 a gravação de "West End Blues" de Louis Satchmo Armstrong no local onde ela trabalhava como empregada doméstica.
Me apaixonei pelo jazz no dia em que, aos 18 anos de idade, na mesma Nova York onde ela se projetou dentro de um pequeno lounge bar chamado "Café Society", escutei vindo de uma eletrola que emitia o som de um LP bolachão de 33 rpms, Lady Day cantando com a sinceridade que falta à maioria das cantoras da atualidade, a emblemática "Strange Fruit".
Alí naquele momento mágico, minha vida tomou o atalho, pavimentado pela arte de Billie e tantos outros monstros sagrados do jazz, que me conduziu até este dia feliz, repleto com a sensação de prazer que só àqueles que continuam tentando decifrar o infinito e o intangível, sentem.

Meus mais sinceros agradecimentos aos meus principais facilitadores - Minha mulher Luiza, meu filho Artanis, Stan Getz, Teddy Edwards, a familia Carlo, Nick e Sofia Nelson (minha amada neta), Ray Aureo, Sky Rodrigues,Sandro Abecassis,Rosaly Pinheiro e Benna Lago.