Tenho assistido pela televisão com muito entusiasmo a reapresentação dos melhores momentos das Copas do Mundo. O roteiro obedece à narração impecável em perfeita sintonia com imagens emocionantes que colocam o telespectador numa gangorra sentimental; ora em câmara lenta, ora em “close-up” que mostram toda alegria e desespero dos torcedores, principalmente quando o jogo é decido nos pênaltis.Embora saiba dos resultados, não importa, é impossível exorcizar a tensão perturbadora de uma final de copa decidida nos pênaltis. Alguém que viu, consegue esquecer o chute do Baggio para fora? Reparou no silêncio e a angústia quando o juiz apita o fim da partida, quando todo mundo – os de lá e os da nossa torcida, percebem que o título vai ser decidido em cinco chutes? A decepção e tristeza no rosto dos torcedores quando o pênalti é desperdiçado. Impossível por exemplo, apagar da memória quando o Zico, hoje técnico do Japão, apunhalou o coração de tantos brasileiros ao errar aquele pênalti na Espanha.O bom mesmo é a alegria e o alívio que seguem com a bola quando ela fulmina o fundo da rede adversária. De repente, em um chute, o nosso time vence e o desvario é geral. Gritamos até perder o ar dos pulmões, pulamos abraçados a estranhos, fazemos gestos obscenos e xingamos os adversários. Gente que você nunca viu. Tudo é a mais completa alegria desvairada.Alegria? pelo quê? A vitória do time traz algum beneficio real? Claro que não. Acrescenta alguma coisa a sua vida? Também não. E a fúria? De onde vem este ódio tão sanguinolento quanto injustificável quando o juiz, o bandeirinha cometem um erro ou o jogador adversário uma jogada desleal?Então por que sofremos, nos alegramos e nos enfurecemos por um time, uma coisa com a qual não temos nenhum vinculo palpável? O que há no futebol que causa tanta comoção? A resposta para estas perguntas é a mais simples possível: o torcedor gosta de futebol por causa da emoção. De repente pode sorrir e chorar incontrolavelmente.Estão falando que esta seleção de 2006 está igual a de 1982, muito tranqüila, cheia de si. Segundo os “experts”, isso não é bom. Otimismo demais faz com que os jogadores esqueçam que todos têm como objetivo derrotar a Seleção pentacampeã do mundo.Quer saber de uma coisa? Eu não estou preocupado com nada disso. Sendo botafoguense por toda minha vida, aprendi que o bom de tudo isso é que no final, foi tudo uma grande e emocionante brincadeira. A vida volta a seguir o seu curso normal após a partida. Uns celebrando a vitória e outros falando mal do time e da mãe do juizNão tem problema. Na segunda a gente enfrenta a gozação e na terça ninguém mais se lembra. Todos já estão se preparando mental e emocionalmente para mais outra grande partida. ou será que é melhor dizer desforra?Que ninguém ouse duvidar: vamos torcer com paixão sem limites para que a seleção canarinho traga o Hexa para os filhos e filhas desta mãe gentil , a nossa Pátria Amada, Brasil. Que vença o melhor!
Preparação
3 years ago
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